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Mercado segurador alia solidez com crescimento continuado

Presidentes da CNseg e Federações associadas fazem balanço do setor em entrevista coletiva na 8ª CONSEGURO

Da esquerda para a direita: o presidente da FenaPrevi, Edson Franco; o presidente da FenSeg, João Francisco Borges da Costa; o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes, e o presidente da FenaCap, Marco Barros
O presidente da CNseg, Marcio Coriolano, revisou, para menos, a expansão estimada para o mercado segurador este ano. Mas a projeção menor não significa mudança na rota de crescimento continuado, sobretudo para o médio prazo, ainda mais se confirmadas as tratativas com o governo que poderão expandir a demanda de algumas linhas de seguros de grandes riscos ou massificados. A curto prazo, também os sinais de gradual recuperação da economia colocam um sinal verde para todo o mercado, com perspectiva de alterar gradualmente o viés de desaceleração de algumas das mais importantes carteira afetadas pelos quase três anos de recessão ou crescimento tímido do PIB, como é esperado neste ano, de 0,6% de alta. Mesmo assim, o mercado demonstra uma solidez exuberante, ao alcançar R$ 1 trilhão em ativos garantidores – R$ 840 bi vinculados a reservas técnicas e outros R$ 160 bilhões em recursos livres, cifras estas que colocam o setor entre os investidores institucionais mais poderosos do País.

No começo do ano, o mercado projetava um crescimento entre 8% e pouco mais de 10%, mas o mais provável que a oscilação entre piso e teto seja de 6% e 7%. A inflação mais baixa e juros em queda ampliam o poder de compra dos salários, o consumo e a necessidade de compra de seguros para os novos bens, lembrou Marcio Coriolano. Caso de automóvel, cuja reação inesperada na venda, está fazendo a FenSeg revisar para mais a taxa de crescimento no ano, admitiu presidente da Federação, João Francisco Borges da Costa. De estagnada, no começo do ano, para algo perto de 2% em seguros gerais. A queda inicialmente esperada em seguros gerais tem relação direta com o forte recuo dos prêmios do Seguro DPVAT.

O VGBL é outra modalidade importante que convive com desaceleração neste ano. Algo que tem relação com uma base de comparação mais forte do ano passado, em razão do desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e retomada da confiança das pessoas àquela altura.E, mais recentemente, processo relacionado também com algum movimento de mudança de fluxo dos recursos, tendo em vista a redução dos juros e as estratégias distintas dos investidores. Mesmo assim, disse Edson Franco, presidente da FenaPrevi, outras modalidades apresentam um desempenho bastante vigoroso neste ano, como seguro de vida individual, prestamista e seguro viagem.

Na Saúde Suplementar, o apoio formal do ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao seguro popular de Saúde, é visto positivamente pela presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiros Mendes, para ampliar a demanda de planos, afetada nos últimos anos pela elevada taxa de desemprego ou migração dos consumidores para produtos com preços menores.

Na Capitalização, o mercado caminha de lado nos anos de crise econômica, mas a perspectiva de uma conjuntura econômica mais positiva e, sobretudo, mudanças no marco regulatório discutido com a Susep são vistas para fatores animadores para as entidades de títulos de capitalização, reconheceu Marco Barros, presidente da FenaCap.

Ao lado disso, a promessa do governo de incentivar a demanda de seguros (Garantia e Riscos de Engenharia, principalmente), caso do ministério da Cidades, que planeja exigi-lo para todas as suas obras, e regulamento mais favorável ao mercado, via tratativas com o Ministério da Fazenda, criam um ambiente bastante propício ao crescimento, reconheceu Marcio Coriolano.

 

Escrito por  CNseg