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Fraudes do DPVAT podem alcançar até R$ 10 bilhões em 2025

Mesmo com a queda dos preços no seguro DPVAT e com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de dar continuidade às auditorias contra as fraudes no produto, o pagamento de cobranças indevidas feitos pela Seguradora Líder pode ter chegado a R$ 5 bilhões até 2015 e, sem nenhuma decisão contra o monopólio da seguradora, somaria até R$ 10 bilhões em 2025.

A conclusão dos levantamentos do TCU realizados até então consolidam um total de R$ 2,1 bilhões fraudados nas operações da Líder, mas fontes ligadas à investigação Tempo de Despertar afirmam suspeitas de que o montante seria o dobro apurado pelas auditorias – o que, ainda sem nenhum relatório conclusivo das CPIs e ante a falta de mudanças no sistema, continua na sangria e significaria uma perda de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões em sete anos.

A redução dos preços, que vinha acontecendo desde 2017, foi primeiramente atribuída a uma queda nas indenizações pagas pela seguradora – que saíram de R$ 3,381 bilhões em 2015 para R$ 2,455 bilhões em 2016, mas que logo demonstraram aumento de R$ 1,9 milhão no resultado consolidado do ano passado (R$ 2,457 bilhões).

Ao mesmo tempo, os resultados operacionais da Líder – que registraram prejuízo de R$ 71,4 milhões em 2015 e uma soma positiva de R$ 41,7 milhões em 2016 – subitamente alcançaram os R$ 343,1 milhões em 2017: ano em que a arrecadação bruta da seguradora caiu 26,7%, os prêmios recuaram 31,7% e os repasses à União e ao SUS retraíram uma média de 50%.

A comissão especial criada pela Susep para discutir a remodelação do DPVAT, por outro lado, já está há um mês sem realizar novas reuniões ou levar prévias de mudanças para avaliação do Ministério da Fazenda.

 

Escrito ou enviado por  Ana Laura Scabia – SINCOR-ES