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Amil muda estratégia e volta a vender plano individual

Um ano depois da tentativa de vender sua carteira de planos individuais, a Amil anunciou ao mercado, por meio do portal O Globo, que vai retornar as vendas do plano de saúde individual e familiar. A volta às vendas se dá em novo formato, pautado por cobertura regional, com hospitais próprios, telemedicina e gestão de saúde.

De acordo com a empresa, neste primeiro momento o plano terá cobertura para quatro municípios paulistas: São Paulo, Guarulhos, Arujá e Mogi das Cruzes. A escolha se deu pela forte rede própria da Amil na região.

“Estamos começando em São Paulo, é um grande passo para a UHG (UnitedHealth Group, controladora da Amil) voltar a vender produtos individuais depois de dez anos. São Paulo era o nosso primeiro passo, mas estamos olhando os próximos em outras áreas, com foco em locais onde temos ativos. O Rio seria uma expansão natural, mas ainda não há data”, afirma Aline Schellhas, CEO da Amil, destacando que foram 14 meses de estudo até o lançamento do produto.

Nos planos individuais, o reajuste é limitado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), enquanto nos coletivos o aumento se dá por negociação entre plano e empresa.

Nesse novo produto, o usuário terá a sua trajetória orientada, sendo o atendimento ambulatorial feito na rede da operadora, o Amil Espaço Saúde, e por meio de parceria com amais e Hermes Pardini, ambos do Grupo Fleury. A parceria abrange consultas, exames e até pequenos procedimentos de internação de um dia.

A empresa, que registrou o maior prejuízo do mercado em 2022, resultado líquido negativo de R$ 1,6 bilhão e um prejuízo operacional na casa dos R$ 3 bilhões, afirma que seu resultado negativo se concentra nos chamados planos legados, tanto os contratos anteriores à Lei de Planos de Saúde como os que foram adquiridos na expansão da empresa.

O maior desequilíbrio está na carteira individual. Segundo informações divulgadas pelo O Globo, a empresa tentou negociar 340 mil contratos na virada de 2021 para 2022. O foco agora, no entanto, é tornar essa carteira sustentável.

“O foco em 2023 é o crescimento e a gestão da carteira individual. Viramos a chave, estamos focando na gestão, trazendo linhas de cuidados mais assertivas para essa carteira legada, que é uma carteira muito aberta, criada há 20 anos para uma realidade totalmente diferente da atual. De outro lado, sabemos que precisamos trazer novos beneficiários para essa carteira para dividir o risco”, diz Aline, citando investimento de R$ 500 milhões em tecnologia e dados nos hospitais, em 2022, para a gestão eficiente da saúde dos clientes.

 

Fonte: CQCS l Alícia Ribeiro