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Fonte: Fiquem Sabendo

Polícia se nega a informar dados que permitiriam comparativo; Com ciclovias, bicicleta ficou mais visada pelos criminosos, diz secretaria

São Paulo, 19/10/15 – Entre julho e agosto deste ano, criminosos furtaram 459 bicicletas e roubaram outras 96 na cidade de São Paulo. Somados esses dois crimes, esse período registrou uma média 277 bikes levadas por ladrões a cada mês.

Dados da Polícia Civil mostram que houve uma explosão de casos desde a inauguração da ciclovia da avenida Paulista, na região central de São Paulo, no fim de junho.

É o que aponta levantamento inédito feito pelo site Fiquem Sabendo com base nos registros criminais das 93 delegacias da capital paulista obtidos por meio da Lei Federal nº 12.527 (Lei de Acesso à Informação).

De acordo com as informações disponibilizadas pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), entre janeiro de 2014 e junho de 2015, os 93 distritos policiais de São Paulo contabilizaram 550 furtos e 131 roubos de bicicleta. Isso representa uma média de 38 bikes levadas por ladrões a cada mês.

Tomando-se por base as médias mensais desses crimes, pode-se dizer que, nos últimos meses, os casos de furtos e roubos de bicicleta cresceram sete vezes em relação ao período de janeiro de 2014 a junho de 2015. (Veja o detalhamento desses dados no infográfico abaixo.)

Pinheiros e Jardins lideram estatística

A disparada dos furtos e roubos de bikes é mais acentuada em alguns bairros da capital paulista.

Entre julho e agosto, o 14º DP (Pinheiros), responsável por registrar e investigar os crimes ocorridos em locais como Vila Madalena e Alto de Pinheiros, registrou 49 furtos de bicicletas. Esse número fez dessa região a campeã de casos dessa natureza no período.

Com 28 bikes furtadas entre julho e agosto, o 36º DP (Vila Mariana), na zona sul, ficou na segunda colocação.

Em seguida, aparece o 78º DP (Jardins), que cobre a área da avenida Paulista, com 24 furtos entre julho e agosto (Veja no infográfico abaixo os 20 distritos policiais da cidade com mais casos de furto de bicicleta registrados no período).

Polícia se nega a informar dados que permitiriam comparativo

A reportagem solicitou à Polícia Civil, por meio da Lei de Acesso à Informação, que informasse o número de furtos e roubos de bicicletas nos períodos de janeiro a setembro de 2014 e de 2015.

A corporação se negou a informar os dados com base na seguinte justificativa: “Não podemos atender sua solicitação por não constar em nossos bancos de dados estatísticos informações detalhadas como foram solicitadas sobre este assunto (furto e roubo de bicicletas), e corroborando o entendimento da Ouvidoria do Estado descrita na Decisão OGE/LAI nº 273 de 05/08/2015, item 4, que diz ‘Oportuno consignar que a Lei de Acesso à informação visa à disponibilização de informações e dados já existentes e custodiados pela Administração pública, não sendo exigíveis dos órgãos públicos trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e informações, ou serviços de produção ou tratamento de dados, para atendimento a pedido de informação, sendo suficiente a entrega das informações detidas no formato em que se encontrem’”.

Malha cicloviária paulistana já passa dos 350 km

Com a inauguração da ciclovia debaixo do Minhocão (Elevado Costa e Silva), no início de agosto, a malha cicloviária da cidade de São Paulo atingiu a marca de 356 km de extensão.

A meta da gestão Fernando Haddad é ultrapassar os 400 km até o fim de 2016 (término de seu atual mandato).

Bem recebida por especialistas em mobilidade urbana e por ciclistas, a expansão da malha cicloviária da capital paulista é aprovada por 80% dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha feita em setembro de 2014.

Com ciclovias, bicicleta ficou mais visada pelos criminosos, diz secretaria

A Secretaria de Estado da Segurança Pública disse por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa que os crimes patrimonais caíram 7,7% no período destacado pela reportagem. Com relação aos furtos e roubos de bicicletas, a pasta informou que as bicicletas se tornaram mais visadas pelos criminosos após o aumento da utilização desse meio de transporte na cidade.

Eis a íntegra da resposta enviada à reportagem: “A SSP informa que o trabalho integrado das polícias tem o combate aos crimes contra o patrimônio como uma de suas prioridades. Tanto que, no período citado pela reportagem, esse tipo de ocorrência caiu 7,7% na capital no período destacado pela reportagem. Nos bairros citados, a queda nos crimes contra o patrimônio foi ainda mais acentuada no período: 17,4% em Pinheiros; 14,5% na Vila Mariana; e 10,9% nos Jardins. A Polícia Civil identificou que muitos dos furtos de bicicletas ocorrem em condomínios e, por isso, passou a solicitar imagens de câmeras de segurança, quando existentes, para identificar as autorias. O aumento de utilização da bicicleta como meio de transporte, com a criação de ciclovias e ciclofaixas, tornou o objeto mais visado para criminosos. A PM já considera essas informações na elaboração dos planos de policiamento inteligentes, direcionado os programas de policiamento aos locais de maior incidência de crimes, como forma de inibir a conduta de criminosos. A criminalidade é dinâmica e a Polícia Militar ajusta as suas ações conforme o comportamento infracional do momento”.